O Globo
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Crise em Angra dos Reis atinge a saúde:
Médicos entram em greve por pagamento em dia e melhores condições de trabalho
A crise financeira das prefeituras fluminenses afetou a saúde em Angra dos Reis. Hoje, os médicos da rede municipal iniciam uma greve geral, pedindo o pagamento dos salários em dia e melhores condições de trabalho. Os casos de emergência, todavia, continuarão sendo atendidos. Segundo o Sindicato dos Médicos do Rio (SinMed/RJ), que apoia o movimento, há mais de um ano os vencimentos têm sido depositados fora das datas previstas. Além disso, afirma a entidade, a única UPA da região está fechada há oito meses e faltam insumos no Hospital Geral da Japuíba.
— Há poucos dias, fomos obrigados a fechar o Japuíba porque, além de remédios, faltavam médicos. Isso é inaceitável num hospital de emergência, que atende 24h — desabafou uma médica, sem se identificar.
De acordo com o presidente do SinMed/RJ, Jorge Darze, “a situação é gravíssima”.
— Essa greve começou com os servidores públicos da cidade, e os médicos não tiveram opção a não ser aderir. Já fizemos denúncias a todos os órgãos responsáveis, mas até agora não obtivemos resposta — contou. O Cremerj também apoia a greve.
A prefeitura de Angra está sob investigação do Ministério Público devido ao atraso nos pagamentos e ao uso de organizações sociais nas unidades hospitalares. De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Angra dos Reis, o funcionalismo receberá apenas R$ 2 mil referentes aos salários este mês; o restante será depositado só em 18 de novembro.
A assessoria de imprensa da prefeitura de Angra foi procurada, mas até o fechamento da edição não havia dado resposta.
Como O GLOBO noticiou dia 20, com exceção do Rio, quase todos os municípios do estado enfrentam dificuldades financeiras. Cerca de 30 cidades têm dívidas com a Light e a Ampla, concessionárias de energia elétrica. A crise pode levar as prefeituras a decretarem coletivamente estado de calamidade financeira.