Folha de S. Paulo
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Gasto com fiação subterrânea vai ter de constar na tarifa de energia (Mercado Aberto – Maria Cristina Frias):
Uma nova norma da Aneel (agência de energia) determina que os investimentos em fiação subterrânea não podem ser divididos por todos os clientes da distribuidora e que os valores devem ser discriminados nas tarifas.
A regra, publicada no Diário Oficial nesta quarta-feira (23), determina que se uma cidade ou um condomínio decidem aterrar a rede, só eles devem pagar por isso, e o custo não pode ser pulverizado por toda a base.
A mudança torna o ambiente mais propício ao aterramento, segundo Nelson Leite, presidente da Abradee (associação das distribuidoras). “As empresas precisavam dessa clareza”, afirma.
A rede subterrânea, no entanto, depende de outros fatores, como a disposição dos clientes para gastar -o investimento em fiação embaixo da terra é, em média, dez vezes mais alto que a aérea.
Em um momento de crise fiscal, dificilmente os municípios vão optar por ela, lembra Leite. “A administração pública tem tido deficits orçamentários”, afirma.
A nova regra traz justiça tributária, diz Sidney Simonaggio, vice-presidente de assuntos regulatórios da AES Eletropaulo, mas é preciso haver harmonia entre diferentes entes para a expansão.
“Não é a Eletropaulo que diz ‘vou aterrar’. A decisão precisa ser das operadoras de telecomunicação e das prefeituras também.”
SOB OS SEUS PÉS
Estimativas de custo em R$ milhões por quilômetro
AES 4
Light/ Cemig 2,5
Investimento
De 3 a 17 vezes o das redes aéreas; em média, são 10.
Cerca de 50 a 70% dos valores estão associados a obras civis
Fonte: Aneel